quarta-feira, 27 de julho de 2011

Historia

São Domingos de Gusmão nasceu em Caleruega, em Castela, a Velha (Espanha), em 24 de junho de 1170. Seus pais, de ilustre nascimento, foram Félix de Gusmão e Joana de Aza, que deram origem a uma família de santos. Além de Domingos, os dois outros filhos do casal morreram em odor de santidade. O primeiro foi Antônio de Gusmão, sacerdote que, distribuindo todos seus bens aos pobres, retirou-se a um hospital para servir Nosso Senhor Jesus Cristo em seus membros sofredores. Manes, o segundo, entrou depois para a Ordem dominicana, tornando-se grande pregador e exemplar religioso. Foi beatificado, juntamente com sua mãe, por Gregório XVI.

Não admira que, numa tal família, o menino Domingos se sentisse atraído para a virtude desde o berço. Conta a tradição que, antes de ele nascer, sua mãe fez uma novena no santuário de São Domingos de Silos, e que no sétimo dia, o santo abade apareceu-lhe rodeado de glória, para anunciar-lhe que o filho que trazia no ventre seria a luz do mundo e a consolação de toda a Igreja. Pouco depois ela viu em sonhos que dava à luz um pequeno que tinha uma tocha na boca e com ela começou a incendiar o mundo.

Maturi dade precoce, exemplo de virtude

Diz-se que o pequeno Domingos, tão sério e maduro, era já dotado da sabedoria dos anciãos. Ele foi sempre modesto, recolhido, humilde, devoto, temperante e obediente.

Aos sete anos foi aprender as primeiras letras com seu tio, arcipreste em Gumiel d’Yzan, e aos catorze ingressou na universidade de Castela, em Palência. Durante 10 anos brilhou nos bancos escolares e deu exemplo de virtude.

“As verdades que compreendia graças à facilidade de seu espírito — diz seu primeiro biógrafo — regava-as com o orvalho dos afetos piedosos, a fim de que germinassem os frutos da salvação. Sua memória se enchia, como um silo, da abundância das riquezas divinas, e suas ações exprimiam no exterior o tesouro sagrado que enchia seu peito”.(1)

Os pobres, órfãos e viúvas encontravam nele um amparo e auxílio. Os sacerdotes que tinham dificuldades sobre a teologia, casos de consciência ou dúvida sobre pontos da Escritura acorriam às suas luzes. Nessa época ele dava lições públicas de Sagrada Escritura na Universidade de Palência.

Dedicação heróica à salvação das almas

O bispo de Osma, tendo conseguido reformar sua diocese, induziu os cônegos da catedral a viverem em comunidade, observando a regra de Santo Agostinho. Obteve que Domingos fosse para aquela cidade e vestisse o hábito de cônego regular. Pouco depois ele foi nomeado vice-prior dos cônegos, que era o mais alto posto, visto que o de prior o bispo acumulava com seu cargo episcopal. Domingos passou nove anos numa vida de contemplação e de união com Deus como cônego regular, dificilmente ultrapassando os limites da casa canonical.

Entretanto, ele estremecia ao saber que tantos se perdiam por falta de pregadores e implorava a Nosso Senhor Jesus Cristo que lhe proporcionasse um meio de consagrar-se por inteiro à salvação das almas.

Eis que ele é ouvido inopinadamente. “Tinha já trinta e três anos. Sua formação física, intelectual e moral estava terminada. Sem dar-se conta, Deus tinha ido temperando sua natureza heróica com um caráter essencialmente combativo. Tem uma ampla educação eclesiástica e universitária; a cátedra deu solidez a seus conhecimentos; a vida regular do cabido o iniciou nas vias da perfeição religiosa, e seu cargo à frente dos cônegos abriu-lhe as perspectivas da administração temporal e do regime das almas”.(2) Estava ele pronto para a grande odisséia espiritual de sua vida.

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